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A insegurança pode ser a segurança do seu caminho.

Talvez um dos elementos de maior distorção do desenvolvimento seja a Insegurança. Sentir-se inseguro durante o processo de aprendizado é como sal na água do mar; faz parte e é necessário. Existem dois tipos mais comuns de insegurança; aquela que comprova a incapacidade e aquela que pondera a capacidade. Os dois tipos estão ligados ao ego e é o ego que dispara a sensação de insegurança diante de uma oportunidade de ação. O tipo de sensação depende muito de como a pessoa se coloca na realidade. A insegurança que comprova a incapacidade é aquela em que a pessoa sente quando sabe que não é capaz, mas finge descaradamente ser dono de toda capacidade que existe. Num momento em que tais capacidades são necessárias, ou solicitadas, o ego libera a insegurança para que o indivíduo reconheça que não deve seguir por um caminho que certamente lhe trará efeitos negativos. Então essa pessoa discursa diversas desculpas para não revelar sua incapacidade depois de ter vendido com fervor as teorias q...

O Ego e as Artes Marciais.

Se vamos falar sobre o ego, vamos primeiro excluir algumas coisas: primeiro, ninguém se livra do ego, isso é impossível. Segundo, o ego não é uma entidade que se apodera das pessoas. Terceiro, o vilão não é o ego, é a permissão da influência do ego.  Dito isso, já adianto que o texto será longo e vou dividir em duas partes para facilitar a interpretação.  Muito bem, para entender o ego você precisa entender que você não é só as características que te definem. Você é uma criatura extremamente complexa que tem a sorte de ter naturalmente um “sistema” de manutenção absoluto que te permite existir e conviver. Imagine como seria se você tivesse que controlar sua respiração, a reprodução da suas células, a irrigação dos seus músculos... seria terrivelmente exaustivo e perigoso. Veja só que sorte; você possui um sistema autônomo que garante a manutenção do seu corpo. Mas você também não é só um corpo. Imagine então como seria se para cada ação, reação, escolha, atitude e definição v...

Kyojitsu do eu quero.

Há alguns anos um livro fez muito sucesso pelo mundo todo ao tratar dos benefícios de se acreditar fortemente na realização de seus desejos e vontades. Como toda autoajuda o discurso do livro gera uma interpretação de conexão genérica que facilita muito a fixação do conceito proposto, mas nós, praticantes de artes marciais temos de tomar cuidado com esse tipo de eloquência. É bem verdade que a força do querer nos permite alcançar certos objetivos, mas ao tratarmos de uma arte, onde o subliminar possui extrema importância, o querer nos ilude, nos corrompe e nos priva do real desenvolvimento, pois o querer é uma invocação do ego. O “eu quero eu posso” é o mantra do aprendizado superficial e nós devemos evitar isso uma vez que as grandes dádivas do aprendizado são mais profundas. Sendo assim, vamos partir do princípio de que toda iniciativa que tiver como base o querer está fadada ao atraso. E isso vale tanto para o discurso, para o pensamento e para a vontade. Não faz diferença se é uma...

A carga do desenvolvimento.

Não se engane; o desenvolvimento não é um presente! Talvez a palavra mais apropriada para se definir o desenvolvimento seja “consequência”, mas assim como tudo na vida, as consequências são tanto positivas quanto negativas. Há de se compreender que independente do esforço e da dedicação, o desenvolvimento surge na exata medida em que somos capazes de ponderar a respeito das consequências que nos surgem. Ou seja, o desenvolvimento precisa ser percebido. Nosso cérebro precisa de provas de que aprendemos algo para liberar em nossas ações os efeitos do conteúdo que foi absorvido. Entender que as consequências, independente da polaridade, são fundamentais é, talvez, a parte mais difícil. Trata-se de um profundo exercício de fudoshin; precisamos nos libertar do julgamento antecipado e experimentar as novas informações como se todas fossem importantes, bom ou ruim, certo ou errado, positivo ou negativo, são meros apontamentos que de um jeito ou de outro irão nos dizer a verdade. É muito...

Podemos sempre nos inspirar uns nos outros.

A transformação perceptível. Mudar não é fácil. Mudar consiste em transformar, deixar de ser o que se foi para se tornar algo diferente. Quando é para melhor, a mudança se torna exemplo e aqueles que deixam evidente os resultados que conquistaram ao se permitirem mudar, servem de referência para todos os outros que, sabendo ou não, esperam por mudanças em suas vidas. Nós temos o privilégio de ter ao nosso lado uma pessoa que já viu muito do mundo e que passou pela vida com olhos muito diferentes. É privilégio nosso ter um exemplo de tamanha experiência, humildade e amizade verdadeira. A dedicação absoluta. A vida é um infinito de escolhas onde cada um é responsável pelo que escolhe, faz e recebe. Quando nos dedicamos num determinado caminho, cabe a nós e a mais ninguém aceitar tudo que surgir, enfrentando os problemas e aproveitando os benefícios que houverem. Mas a dedicação absoluta é difícil! Manter-se inabalável, decidido, interessado e grato por todos os processos é capac...