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Mostrando postagens de outubro, 2020

O Ego e as Artes Marciais.

Se vamos falar sobre o ego, vamos primeiro excluir algumas coisas: primeiro, ninguém se livra do ego, isso é impossível. Segundo, o ego não é uma entidade que se apodera das pessoas. Terceiro, o vilão não é o ego, é a permissão da influência do ego.  Dito isso, já adianto que o texto será longo e vou dividir em duas partes para facilitar a interpretação.  Muito bem, para entender o ego você precisa entender que você não é só as características que te definem. Você é uma criatura extremamente complexa que tem a sorte de ter naturalmente um “sistema” de manutenção absoluto que te permite existir e conviver. Imagine como seria se você tivesse que controlar sua respiração, a reprodução da suas células, a irrigação dos seus músculos... seria terrivelmente exaustivo e perigoso. Veja só que sorte; você possui um sistema autônomo que garante a manutenção do seu corpo. Mas você também não é só um corpo. Imagine então como seria se para cada ação, reação, escolha, atitude e definição v...

Kyojitsu do eu quero.

Há alguns anos um livro fez muito sucesso pelo mundo todo ao tratar dos benefícios de se acreditar fortemente na realização de seus desejos e vontades. Como toda autoajuda o discurso do livro gera uma interpretação de conexão genérica que facilita muito a fixação do conceito proposto, mas nós, praticantes de artes marciais temos de tomar cuidado com esse tipo de eloquência. É bem verdade que a força do querer nos permite alcançar certos objetivos, mas ao tratarmos de uma arte, onde o subliminar possui extrema importância, o querer nos ilude, nos corrompe e nos priva do real desenvolvimento, pois o querer é uma invocação do ego. O “eu quero eu posso” é o mantra do aprendizado superficial e nós devemos evitar isso uma vez que as grandes dádivas do aprendizado são mais profundas. Sendo assim, vamos partir do princípio de que toda iniciativa que tiver como base o querer está fadada ao atraso. E isso vale tanto para o discurso, para o pensamento e para a vontade. Não faz diferença se é uma...